quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

DIRETOR DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL DA SEMA/BA FALA SOBRE O VII FBEA, EM SALVADOR


ENTREVISTA COM Luiz Antonio Ferraro

“Além do evento em si, o FBEA representa uma grande oportunidade de encontrar amigos, conhecer novas pessoas e ouvir gente muito experiente, com a cidade de Salvador num período mais tranquilo”
Nascido na capital paulistana mas criado no interior do Estado, Luiz Antonio Ferraro era ainda estudante da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da USP, em 1992, quando tomou o primeiro contato com a Educação Ambiental. Foi ano da Rio-92 – a Conferência da ONU sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – e de criação da Rede Brasileira de Educação Ambiental (REBEA), da qual é membro, ao lado da Rede Universitária de Programas de Educação Ambiental para Sociedades Sustentáveis. Não podia imaginar que se tornaria Diretor de Educação Ambiental da Secretaria Estadual do Meio Ambiente da Bahia (SEMA-BA), cargo que assumiu com entusiasmo, em 2011.

MERGULHO NA ÁREA
Ainda como estudante universitário – relembra – foi voluntário do Núcleo de Apoio à Cultura e Extensão da faculdade, colaborando em projetos de EA em assentamentos. Nunca mais abandonou a área. Encantou-se com temas socioambientais, direcionando-se para atividades relacionadas ao planejamento, avaliação e formação nas áreas de educação ambiental crítica, sustentabilidade, organização e desenvolvimento social.
Ao tempo em que realizava o mestrado, atuou na ong Ecoar Florestal. Depois, por dois anos, coordenou a extensão e educação ambiental nas estações florestais da USP. Foi então que veio o desafio de criar um curso de Pós Graduação em EA na Universidade Estadual de Feira de Santana, que o trouxe à Bahia em 2000. Desde então, só deixou o Estado para completar doutorado em Desenvolvimento Sustentável, na Universidade de Brasilia (UNB), e atuar na educação ambiental doMiniserio do Meio Ambiente (MMA).
No ano passado, foi agraciado com um desafio ainda maior: convidado pelo Secretário do Meio Ambiente da Bahia, Eugenio Spengler, assumiu a Diretoria de EA da SEMA-BA, importante apoiadora do VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental (VII FBEA).
Eu estava na VI FBEA, no Rio de Janeiro, quando a Bahia se candidatou para sediar o evento. É o mais importante encontro de Educação Ambiental do Brasil. Não podia supor, naquele momento, que seria um ator na mobilização da SEMA-BA em favor do Fórum, que envolve recursos financeiros, mas vai além deles”, declara, ao elogiar a crescente adesão de outras secretarias e órgãos Estaduais.

OLHAR EDUCATIVO

A SEMA-BA, explica o diretor, existe desde 2003, como resultado de fusão de vários órgãos do Estado que lidavam com temáticas ambientais. A aglutinação das atividades de educação ambiental, que inicialmente era pulverizada na área de meio ambiente, consolidou-se no primeiro semestre de 2011.
Como atua?
“A Educação Ambiental como propomos – responde – tem de olhar para o sistema mundo moderno-colonial em termos da complexidade socioambiental, favorecendo o engajamento da sociedade no enfrentamento da problemática. Às vezes, a SEMA atua em atividades de execução direta, como no caso do programa Pacto pela Vida”, especifica Ferraro.
Trata-se de um programa lançado em 2011 pelo governo do Estado, visando reduzir os índices de violência, com ênfase para a diminuição dos crimes contra a vida e contra o patrimônio. Junto com mais 15 secretarias estaduais, a SEMA integra a Câmara de Prevenção Social. Com orgulho, Ferraro fala da primeira oficina de educação ambiental para a comunidade de Calabar, realizada em novembro último, por técnicos da Diretoria de EA.
Mas o principal escopo da diretoria, ressalta ele, é criar as bases para que a EA seja realidade por toda parte, “desde uma diretoria de regulação ambiental ou de fiscalização, até municípios, comitês de bacia, unidades de conservação”.
Animado, o diretor de EA na SEMA revela recente conversa com representantes da área social do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) na Bahia “Acertamos realizar um processo de formação de 120 técnicos, para que possam orientar melhor sobre a EA, é um componente obrigatório”, adianta.


ENVOLVIMENTO COM O FBEA

“O FBEA é reconhecido pelo porte, e por tudo que traz no campo da Educação Ambiental” avisa o diretor de EA da SEMA-BA. Os participantes – muitos deles vindos de outros estados – terão oportunidade de participar de debates de alto nivel, compartilhar conhecimentos e vivências, tendo acesso a experiencias que servem para varias categorias, inclusive a dos gestores, acentua o diretor de EA.
“Nossa expectativa é que ele seja potencializador das políticas públicas na Bahia, animando ainda mais programas e acordos técnicos que já estão em andamento”, adianta ele, mencionando a Mesa RedondaPolíticas Públicas de Educação Ambiental no Brasil, programada para a tarde de 29 de março, sob coordenação da RUPEA, da qual é membro.
Luis Ferraro encerra com um convite para que todos venham ao VII FBEA “Além do evento em si, que se realiza num espaço agradável, e representa uma grande oportunidade de encontrar amigos, conhecer novas pessoas e ouvir gente muito experiente, tem a cidade de Salvador, num período mais tranquilo e de poucas chuvas, propício para o lazer e o turismo”.

SOBRE O VII FBEA
Realizado pela Rede Brasileira de Educação Ambiental - REBEA (formada pela articulação de 45 redes e coletivos de educação ambiental no país), com a organização da Rede Baiana de Educação Ambiental - REABA, e secretaria executiva do Instituto Roerich de Paz e Cultura do Brasil, o VII FBEA já conquistou o apoio institucional de três Ministérios - da Educação, do Meio Ambiente e do Desenvolvimento Agrário -, além de órgãos estaduais - Secretarias Estaduais do Meio Ambiente, da Educação e do Planejamento -, da Itaipu Binacional, do CNPq e do SESC-BA.
O VII Fórum Brasileiro de Educação Ambiental (VII FBEA) tem um espaço virtual, onde dá para buscar mais informações (inclusive de hospedagem mais barata) e fazer inscrições: http://viiforumeducacaoambiental.org.br.


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